sexta-feira, 20 de novembro de 2009

SZIWARATIKEN KUNST

Ou ... Postagem Cabeça!

Esses dias eu estava zapeando a tv quando a minha atenção foi chamada para para uma cena operística. Escorria sangue pelo rosto da cantora lírica, que, aos poucos, foi desabando, até acabar mortinha da silva estendida no chão. Era uma montagem moderna e portanto ninguém usava capacetes chifrudos, mas era Wagner. Tristão e Isolda.
Pensei cá comigo mesmo: Quem é o infeliz que põe o nome de Tristão num filho? E, pior! Quem seria idiota a ponto de trocar de nome e passar a chamar-se Tristão?
Tristão de Ataíde, ou Tristinho de Ataúde, como dizia Oswald de Andrade.
Acho que essa foi a única atitude shivarática que Alceu de Amoroso Lima teve na vida.
Mas nem todos os Tristãos foram assim.
Tristram Shandy era um shivarático do capeta.
Mas o mestre da shivaratice foi mesmo Tristan Tzara, o boss do Dadaismo.




"CONFERÊNCIA SOBRE O DADAÍSM... , PERDÃO, SHIVARATISMO"
O Shivaratismo não é moderno. Assemelha-se mais a um retorno a uma religião quase budista de indiferença. O Shivaratismo cobre as coisas com uma gentileza artificial, uma nuvem de borboletas saídas da cabeça de um prestidigitador. O Shivaratismo é a imobilidade e não compreende as paixões. Vocês chamarão isso de paradoxo, já que o Shivaratismo só se manifesta em atos violentos. Sim, as reações das pessoas contaminadas pela destruição são bastante violentas, mas, quando essas reações se esgotam, são aniquiladas pela insistência satânica de um contínuo e progressivo "Para quê?", o que resta, o que predomina é a indiferença.
Mas eu poderia sustentar o contrário com a mesma convicção.
Tristan Tzara, 1924

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Vá ser shivarático assim no Inferno!

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